Relatado por Luanna Guimarães
A sustentabilidade é definida como um modelo de viver em que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Todos os seres humanos possuem necessidades. Porém precisamos repensar este conceito de sustentabilidade. Pois, sabemos que há as necessidades biológicas, porém, há também as necessidades culturais, e são essas necessidades culturais em que temos que rediscutir o modelo que aprendemos e crescemos achando ser o ideal. As necessidades culturais também podem ser entendidas como uma necessidade artificial, ela é definida como uma satisfação (prazer) externa, que com sua repetição se torna um hábito, podendo até virar um vício.
Estudos científicos comprovaram que comportamentos compulsivos levam os neurônios a estabelecerem uma conexão com vários receptores, e estes estudos mostram que quando há uma conexão neural com mais de 5 receptores, já se pode definir como um comportamento vicioso. Dessa forma, precisamos repensar numa nova definição de sustentabilidade. Para isso está sendo discutida a “Inteligência Sustentável” que é um modo de pensar diferente, mas que também pode ser algo nato do ser.
Neurocientistas já estão pesquisando dentro da neurociência a “Inteligência Sustentável”, que pode estar relacionada aos receptores neurais. Todas as ações que nós executamos são ordenadas pelo sistema nervoso central. O neurônio é a célula do sistema nervoso responsável pela condução do impulso nervoso. São os neurônios que reagem a estímulos exteriores e que despoletam a reação a esses estímulos, se necessário. Também existe os neurotransmissores que são substâncias químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas. Por meio delas, podem enviar informações a outras células. Podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a reação final no órgão ou músculo alvo. Quimicamente, os neurotransmissores são moléculas relativamente pequenas e simples. Diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmissores. Cada substância química cerebral funciona em áreas bastante espalhadas, mas muito específicas do cérebro e podem ter efeitos diferentes dependendo do local de ativação. Cerca de 60 neurotransmissores foram identificados no cérebro humano. A Serotonina, por exemplo, é um neurotransmissor e é um dos mais importantes. Possui forte efeito no humor, prazer, memória e aprendizado. E é justamente no aprendizado e no prazer que nos interessa discutir a neurociência aplicada a Sustentabilidade e seu conceito.
Quando nascemos somos um “serzinho” bonitinho e muito promissor, e é este “serzinho” que cresce, toma decisões e trabalha a destruição do próprio ser. Precisamos descobrir onde está o erro, pesquisas apontam que o erro pode ocorrer no processo de desenvolvimento ou crescimento desse “serzinho”. Muitos dizem que o erro está na educação, porém muitos ainda pensam que educação é somente a figura da escola, mas a educação na verdade está no crescimento-aprendizagem do ser humano. É necessário, portanto, que se procure novas metodologias para mudança de caráter desse “serzinho”, que está crescendo e se destruindo, e que talvez a alternativa seja aplicar e levar em consideração a neurociência e a inteligência para haver uma boa educação durante o processo de crescimento-aprendizagem.
A educação hoje é compreendida de 4 formas:
• Disciplinar: onde há somente matérias específicas para cada conteúdo aplicado (matemática, português, biologia, etc.)
• Multidisciplinar: onde se pode haver a contribuição de várias disciplinas separadamente para um projeto ou matéria.
• Interdisciplinar: onde há a integração de métodos e conceitos de uma disciplina para outra.
• Transdisciplinar: é uma metodologia que pode ir além das disciplinas ou que abranja as dimensões intelectuais; pode interagir com as diferentes áreas de conhecimento; interagir com diversos níveis de realidade e relacionamento; construir conhecimento através de todas as dimensões humanas; e interagir com várias formas de produzir conhecimento.
Precisamos refletir nesse nosso modelo de crescimento-aprendizagem, pois a educação não é só obtida no psicológico, é também, um desenvolvimento biológico do ser. Será que trabalhar a Transdisciplinaridade com todas suas opções de ensino-aprendizagem seria o ideal para um crescimento com a “Inteligência Sustentável”? Pesquisas científicas observaram que o ser humano possui uma estrutura composta por corpo (esfera somática e estrutura de ação), mente (esfera psíquica e estrutura de criação) e consciência (esfera espiritual e estrutura de inspiração). A consciência pode ser o foco que precisamos para aprofundar o entendimento de crescimento-aprendizagem, pois vizualiza-se que a inspiração é a dimensão ética do ser – porque eu faço? (onde estão as idéias e sentimentos); também existe na consciência a realização que é a dimensão competente do ser – o que eu faço? (onde está a relação com a realidade e os fatos); e por fim, na consciência também existe a avaliação, que é a dimensão responsável do ser – para quê eu faço? (possui relação com a totalidade, podendo haver resultados tangíveis e intangíveis).
É necessário trabalhar no ser humano que para produzir o benefício às vezes significa em fazer coisas que não gostamos que talvez disso pode-se produzir o BEM.
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